quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Análise 1986-1991

VINIL VS. CD - queda livre

Numa primeira aproximação ao gráfico construído com base nos números da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) para os LP e CD Top (designação atribuída aos suportes vendidos em «full price», isto é, em preço normal), é clara a queda de vendas dos LP e a subida lenta (mas imparável) dos CD. O vinil de longa duração desceu de pouco mais de 2 milhões e 100 mil unidades em 1987 para pouco menos do que 750 mil unidades em 1991.

Somadas, as unidades vendidas em 1987 e em 1991 apresentam una enorme disparidade: cerca de 2 milhões e 350 mil unidades (LP e CD) para o primeiro ano considerado, e apenas cerca de 1 milhão e 650 mil unidades no último caso (igualmente LP e CD). Embora possa parecer que a redução da procura se manifestou negativamente na indústria, a verdade é que a facturação de 1991 é superior à de 1987. Isto porque o preço do CD é bastante superior ao do seu equivalente em vinil.

Só no último ano é que as vendas de CD suplantaram as de LP. Mas é importante referir que os dados fornecidos, pela AFP só se reportam aos três primeiros trimestres de 1991. Ou seja, o Natal, tradicionalmente uma época em que as vendas são maximizadas, não está incluído ainda nas contas do ano que passou. E tudo leva a crer (nomeadamente dados dos anos anteriores) que, feitas, as contas, as vendas dessa época conduziram a uma subida ainda mais notória dos CD em relação aos LP.

Finalmente, há que referir o gráfico dos singles. A linha assustadoramente descendente toma redundantes quaisquer comentários. O single é, de facto, uma espécie quase extinta.

Jornal Se7e, 1992


Os ingleses queixam-se de falta de novos artistas de sucesso, os franceses lamentam a concorrência entre as grandes cadeias de retalhistas, os espanhóis estão preocupados por a extinção do vinil não ser acompanhada por suficiente crescimento do CD. Em contrapartida, os empresários portugueses estão satisfeitos, uma vez que o nosso mercado, de 1989 para 1990, registou um aumento de facturação na ordem dos quarenta por cento (de 3.768.112 para 5.275.202 contos), segundo a contabilidade da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP), que integra a maioria -- mas não todas -- as empresas do sector.

Público, 1991

O facto de a performance comercial da cassete áudio, ao contrário de todos os formatos do disco em vinil, não ter sido afectada pelo boom do disco compacto é uma das conclusões mais significativas que se tiram (...).

Público, 1991

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